segunda-feira, 8 de junho de 2015

São Lourenço da Mata Durante a Invasão Holandesa     Depois de ocuparem o Recife, os Holandeses tomaram a Paraíba em 24 de dezembro de 1634 obrigados pela falta de alimentos, os invasores em números de 1800 soldados e 60 cavalos, comandados pelos generais Sigismundo Von Sckoppe, vieram por terra, saqueando e roubando os engenhos e fazendas dos ausentes. estava na aldeia de são Miguel do mussurepe o capitão Francisco Rabelo o Rabelinho, com outros capitães, soldados e moradores que se lhe agregaram e sabendo que o Sigismundo caminhava em sua direção, mandou queimar e retirou-se para outro sitio. Em fins de janeiro de 1635 Sigismundo chegou a essa aldeia e achando a abrasada, marchou para o engenho mussurepe de propriedade dos religiosos de são bento. Apoderou-se desse engenho e roubou muita fazenda dos que se retiraram para os matos. Daí veio com toda sua tropa o engenho maciape. Achavam-se emboscada na mata de João dias leite o Capitão Rabelinho e mais os Capitães Estevão Alves, Diogo Rodrigues e outros do arraial, tendo sob o seu comando 80 ou 90 homens, e deram com tanto ímpeto na vanguarda do inimigo que o fizeram retirar duas vezes. O inimigo refeito e acompanhado de gente que conhecia bem os caminhos conseguiu cercar e desbaratar os soldados de Rabelinho. Luiz barbalho avisado desse fato julgou que o inimigo viesse pelo caminho de São Lourenço. Com 300 homens da infantaria que levava e moradores que recrutou e mais 150 soldados enviados pelo conde Bagnuolo, ali se alojou e manteve contenda com alguns Flamengos que vieram conhecer e descobrir o campo. O general Sigismundo deixou a maior parte da sua gente fortificada no engenho maciape e partiu para o recife por outros caminhos até Paratibe, saqueando tudo quanto achava e recolheu-se ao recife por Olinda, sendo recebido festivamente pela tomada da Paraíba e ganho a campanha até Maciape. Achava-se em São Lourenço os capitães João Babilã, Antônio Gomes, Afonso de Albuquerque e outros, com cerca de duzentos homens chega Luís Barbalho com a sua gente e assume o comando geral da tropa. Sendo informado de que o inimigo se retirava de Maciape, investe contra ele, mais como era grande o seu poder, ficaram os nossos quase cortados e cercados, havendo grande confusão, foi a nossa gente derrotada. O engenho Covas era um ótimo lugar para esconderijo, mas não era para defesa e diante das explicações do sargento Mor - Antônio Dias Cardoso, Fernandes vieira ordenou a marcha para a aludida morte, aonde chegou ao ultimo dia do mês de julho. Esse outeiro que passou a história com o nome de monte das tabocas e a pequena serra do Camucim, distante nove léguas do recife. Teve a sua designação de uma espécie de cana brava, assim chamada e que florescia em grandes quantidades, espessas e vastas intricadas e embaraçadas uns com as outras, de folhas miúdas com muitos espinhos rijos e agudos. Foi nesse monte que se prestava bem a defesa por ter a retaguarda coberta de alcantis quase intransponíveis, tendo água e até umas furnas ou barracas já feitas, que Fernandes vieira acampou com a sua tropa mal vestida e pior armada e estabeleceu o seu quartel general. Via-se distante um sitio á légua e meia e a sudoeste, onde se erguia a ermida de santo antão com algumas casas de taipas nas suas imediações que serviam de habitação para colonos ao qual chamavam de cidade de Braga em homenagem a um português por nome de Diogo Braga que ali veio morar com sua mulher e filhos.Esse sítio até hoje transformado na prospera e populosa cidade de vitória de santo antão. Vindo de São Lourenço, chega ao engenho covas no dia 02 de agosto, Coronel Hendrik Haus com a sua tropa reunida e do capitão jan Blaer, formando um exército que se presume composto por mil e cem homens.Afora os índios, que embora se diga inferior ao nosso eram a fina flor da soldadesca Flamenga se achavam todos com armas de fogo. Fora informado do suntuoso alojamento de Fernandes vieira e não o encontrado ficou irritado e mandou queimar as casas dos engenhos e dos moradores. No dia seguinte, 3 de agosto a uma hora e meia da tarde, mais ou menos, deram as sentinelas avançadas, sinal de aproximação do inimigo.
O sargento mor - Antônio dias Cardoso que a havia com antecedência estudado o posto, dispôs mediatamente as tropas em três emboscadas nos tabocais a onde pretendia atrair o inimigo, ficando ao lado de Fernandes vieira no alto do monte o grosso das forças para acudir quando fosse chamado, avistando fumaça a sentinela prostrada sobre uma eminência deu aviso ao seu chamado. O capitão João Nunes da mata descobriu-se correr ao campo e sendo pressentido pelo inimigo, foi derrotado parte de sua gente. Recolheu-se ao acampamento e informou como vinham se aproximando os flamengos para a passagem do riacho Tapacurá. Na presunção de que havia diante de se apenas paisanos mal armados e sem conhecimento da tática de guerra os holandeses antes de transpor a Tapacurá deram uma descarga cega contra as ramagens onde teriam divisado gentes. O capitão domingos Fagundes teve que disputar com a sua companhia a passagem do riacho e atrair os holandeses na direção das emboscadas cumprindo a risca as ordens que recebera, procurou defender a passagem e fazendo fogo, foi aos poucos se recolhendo, transposto o riacho.
  



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